Sincronicidade epistemológica:América Latina e Grécia

Este projeto investiga comparativamente as ressonâncias simbólicas, cosmológicas e epistemológicas entre as civilizações indígenas andinas e o mundo helênico antigo, articulando história, antropologia e filosofia. Analisa como sociedades montanhosas distintas ‒ incas e gregos ‒ elaboraram respostas convergentes às questões da ordem, sacralidade, memória e governo, por meio de cosmologias verticais, economias rituais e narrativas míticas. A pesquisa explora também os usos modernos desses passados: como projetos coloniais e nacionais na América Latina e na Grécia mobilizaram memórias para constituir identidades, evidenciando assimetrias no reconhecimento histórico e nas hierarquias eurocêntricas da antiguidade. Destacam-se, nesse processo, as insurgências andinas e balcânicas ‒ de Túpac Amaru aos kleftes gregos ‒, bem como as disposições éticas partilhadas entre as experiências latino-americana e grega. Defende-se, por fim, uma abordagem comparativa, decolonial e plural da história global, que valorize ontologias relacionais, práticas de resistência e cosmologias marginalizadas, como forma de questionar os regimes epistêmicos dominantes e ampliar os horizontes do pensamento histórico.